Descarga atmosférica atingindo diretamente a fase da rede elétrica aérea – S3 (NBR 5419).

Parte 1 - Primeiro caso: a descarga atinge o condutor de fase.

Prof. Ronaldo Kascher, Dr.

21-8-2019

A descarga atmosférica é uma fonte de corrente. As redes elétricas aéreas possuem Impedâncias Características de modo comum (fases em relação à terra) de ordem de 450 Ω. Suponha uma descarga de 100 kA de pico atingindo no meio do vão entre duas estruturas de sustentação o condutor de fase de uma LT conforme Figura 1

Fig.1 – Descarga atmosférica atingindo o condutor de fase da uma LT

A corrente se dividiria no ponto de contato com a LT em duas correntes de 50 kA de pico, pois o raio “enxergaria” impedâncias iguais a 450 Ω nas duas direções. Com isto a tensão transitória que seria conduzida pelo condutor da LT (junto com a corrente transitória de 50 kA) atingiria 22,5 MV !!!. Isto mesmo: 50 kA x 450 Ω.

Mesmo os isoladores de LT de extra alta tensão não resistiriam a este impulso de tensão e entrariam em “arco” assim que o transitório os atingisse, provocando um curto – circuito e retirando a LT de operação.

A LT não resistiria e este evento!

Para prover a proteção da LT contra este evento, instala-se o “cabo guarda” ou “cabo para-raios” acima dos condutores de fase em conformidade com o “modelo eletrogeométrico”. Mas esta ação sozinha talvez não seja suficiente para assegurar a continuidade de operação da LT.

Continua no artigo: Parte 2- Segundo caso: a descarga atinge o cabo para-raios da LT.