A nova norma brasileira NBR 5419 que entrou em vigor em 2015 trouxe muitas novidades para os projetistas de SPDA. Muitas opções de projeto são disponíveis para a concepção das MPS (Medidas de Proteção contra Surtos). As orientações desta Parte são baseadas nas boas praticas de EMC (Compatibilidade Eletromagnética) que em síntese previnem a "queima" dos equipamentos elétricos e magnéticos devido a quatro possíveis fontes de danos.
A fonte de danos "S1" acopla muita energia à instalação pois trata-se de uma fonte de alta corrente. Basicamente a fonte S1 produz transitórios que podem danificar os equipamentos através da indução dos campos eletromagnéticos nos laços formados pelos cabos elétricos e de sinais internos e pela elevação do potencial transitório da estrutura (corrente da descarga passando através da impedância do sistema de aterramento) que aparece nas linhas metálicas externas que conectam a estrutura ao meio exterior.
A fonte S2 acopla menos energia à instalação se comparada à fonte S1 pois trata-se de indução provocada por descarga próxima à estrutura. O campo, preponderantemente magnético e variante no tempo, provocado pela corrente da descarga próxima penetra nos laços involuntários criados entre cabos de redes elétricas e eletrônicas da instalação. Apesar de acoplarem menos energia, estas descargas incidindo a até 500m da estrutura podem acoplar transitórios de amplitudes suficientemente altas para danificarem os equipamentos internos, dependendo das particularidades da instalação, em função de sua grande frequencia de ocorrências, podem causar mais prejuízos do que as descargas diretas.
A fonte S3, injeta a corrente da descarga diretamente na linha, acoplando muita energia à instalação. Uma vez atingida a linha em um ponto intermediário, a corrente descarga se distribui nos dois sentidos até atingir a instalação. Os níveis de isolamento natural das redes elétricas e eletrônicas, que são facilmente atingidos nesses eventos, se constituem em uma proteção natural à instalações.
A fonte S4, que é a indução da descarga nas linhas que atendem à estrutura acoplam menos energia à instalação quando comparada à "S3". O campo preponderantemente magnético, variante no tempo, provocado pela corrente da descarga próxima penetra no laço involuntário formado entre a linha aérea e o plano terra. Este acoplamento pode ser perigiso quando ocorrem a até 2000 m da linha, sendo portanto muito frequentes.
Para cada fonte existem soluções de projeto mais eficientes atenuar a extensão dos danos causados.
O projeto de SPDA otimizado deve priorizar as ações que diminuam especificamente os acoplamentos das fontes de danos aos equipamentos elétricos e eletrônicos que ocorram com mais frequência, obtendo- se uma instalação com a melhor relação custo / benefício.
Em síntese, os projetos de SPDA otimizados que garantão o bom desempenho das instalações internas com o menor investimento possível devem ter soluções casadas para cada situação, não sendo possível a adoção de soluções padronizadas.
As Fontes de Danos que afetam os equipamentos elétricos e eletrônicos segundo a NBR 5419-4
25/08/2016